quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

BIOGRAFIA DE TIAGO SANTANA







O fotógrafo Tiago Santana é natural de Crato, município localizado no interior do Ceará, vizinho a Juazeiro do Norte. E foi em meio a esse universo de religiosidade, muito em função da romaria do Padre Cícero, que Santana iniciou o seu envolvimento com a fotografia. “Por conviver com esse universo visualmente tão forte”, explica o fotógrafo. “Porque lá, realmente, para quem não conhece, é um celeiro de cultura popular, arte popular, de grupos folclóricos. Sem falar na questão da religiosidade, das romarias em si. É uma coisa muito rica, e isso influenciou muito na minha infância”.
Santana conta que chegou a fazer Engenharia Mecânica, mas a lembrança “daquelas imagens” sempre ficou muito presente na sua cabeça. “Através de um evento de fotografia promovido pela Funarte - Semanas Nacionais de Fotografia – foi que eu percebi que existiam pessoas discutindo fotografia, pensando fotografia. Aí isso me despertou mais ainda para esse universo. Então eu fui, aos poucos, deixando a Engenharia e mergulhando realmente de cabeça na fotografia. E com o objetivo principal de fazer um trabalho sobre aquele meu desejo maior, sobre aquele universo de Juazeiro do Norte, onde eu nasci”.
Além de ser um registro do seu primeiro trabalho publicado, o livro Benditos oportunizou a Santana um verdadeiro amadurecimento do seu trabalho como fotógrafo. “Eu poderia dizer que a minha formação aconteceu nesse período, fazendo o Benditos” explica ele. “É uma coisa que você pensa, elabora e vai aprendendo no processo. E nesse livro eu fui aprendendo. Aprendi a ser fotógrafo fazendo o livro. Porque, na época, nem tinha curso de formação em fotografia. A formação era realmente autodidata, ou através de alguns cursos. Essas Semanas Nacionais de Fotografia que eu te falei, sempre tinham oficinas. Era um momento de aprendizado”.
Com relação ao fotojornalismo brasileiro, para Tiago Santana, nós vivemos num momento em que o que menos importa é o conteúdo. “Quanto mais rápido você der uma informação, é mais importante do que o conteúdo dela”, explica o fotógrafo. E isso nada mais é, de acordo com Santana, do que “um grande retrocesso”. “Você pega uma Realidade da vida, que eu acho que foi uma revista que marcou, o cara se dedicava meses às vezes ao seu trabalho. Eu sei disso porque o Audálio Dantas, que é um jornalista da época da Realidade , disse que teve uma edição especial do Nordeste, que a redação se transferiu para o Recife. Ficou lá meses, para produzir a edição. Hoje em dia as pessoas fazem tudo por telefone, às vezes nem mandam o fotógrafo, pegam na internet.
O Chão de Graciliano é o mais recente trabalho produzido por Tiago Santana, em parceria com o jornalista Audálio Dantas. O livro apresenta dois ensaios: um de texto, que Audálio Dantas está chamando de “arte-reportagem” (uma idéia de resgatar as chamadas grandes reportagens), e outro traduzido em imagens, através das fotografias de Santana.

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