quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

BIOGRAFIA DE ÂNGELA BERLINDE







Ângela Mendes Ferreira, pseudônimo “ÂNGELA BERLINDE” nasceu no Porto, em 1975, e estudou na Utrecht School of Arts School of Art, Amsterdam. Começou a expor em 1998 e, desde então, apresentou inúmeras exposições individuais na Europa, no Brasil. Reside e trabalha no Porto.

Há sempre uma reflexão poética no seu trabalho que procura uma transformação do real, às vezes como sombra, como fugaz reverberação de um mundo que perdeu peso e adquire a leveza da melancolia pelo paraíso .
A obra que agora se apresenta é uma meditação sobre o nascimento em todas as suas significações. Umbilical cruza o imaginário de sonho e essência da condição humana, com os vários elementos de regresso ao ventre materno.As imagens surgem no fundo do mar, e mesmo quando à superfície, elas permanecem ainda nas profundezas. Tudo se passa numa visão experimentada da vida e da morte, em que o negativo é acompanhado do positivo.
As imagens surgem num espaço poético que combina a sombra do naufrágio com a própria luminosidade e transparência do fundo mar. Essa mesma luminosidade e a cor do mundo subaquático, não só é objecto do desejo do olhar do sujeito, no momento em que nasce ou emerge do mar, mas também o espaço metafórico da viagem.
Neste universo denso de viagens que cruzam imagens captadas em Portugal na Índia e no Brasil, a poética da viagem no espaço equilibra-se com o entusiasmo e o espanto da navegação quer no espaço, quer as oscilações entre o real e o virtual.
Trata-se da aglutinação de várias viagens numa só viagem: a do devaneio. É uma viagem liberta da fatalidade do tempo cíclico, apenas aberta à renovação.

No trabalho de Ângela Mendes Ferreira há, acima de tudo, uma aspiração a uma estética de sonho que o torna imediatamente aberto e, paradoxalmente, muito vincado e pessoal. Nestas imagens nunca se distingue bem o vivido do não-vivido; analisam-se idiossincrasias poéticas do itinerário do sujeito que vive, a sua solidão valorizada e valorizante, a sua identidade e identificação com o mar, como procura de renovação, de ritmo do seu bailar secreto, sensível à dança cósmica, atenta ao devir do mar como fonte de milagres interiores, como metáfora de liberdade.
Umbilical é uma viagem à nossa vida uterina. A viagem faz-se por paisagens distintas, mas a sombra da origem nunca se desvanece, passando por uma leveza que deixa a alma em suspenso.

Um comentário:

  1. Ângela Berlinde,fotos com sentimentos:pureza,sensualidade,mistério.é um encanto as fotos imagens.

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